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- Onelight Movie – O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias
Posted by : Andressa Fraga
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Ahhhhh, e chegamos a ele – o
cinema nacional. Que alegria! Hoje é um dia que eu ansiava em meu ser. Muito é
falado sobre o nosso estimado cinema nacional, e algumas obras ajudaram a
construir esse cenário, mas tem MUITA bobagem que se falam sobre o filmes brasileiros.
Querem ver?
Quando o assunto é filme
brasileiro a primeira coisa que se fala é: só tem palavrão. A segunda: só tem
baixaria. Terceira: é muito violento. Senso comum impera em nossa terra. Somos
empurrados para esse círculo onde mostra ser muito mais prático falarmos
sobre qualquer assunto mesmo que não saibamos quase nada sobre ele. Por isso
que a “mídia” engana, pois ninguém se dá ao trabalho de pesquisar um pouco mais
sobre o que viu na tv, ou ouviu um fulano qualquer falar. Te desafio a fazer uma
lista de 10 filmes brasileiros que sejam baseados pura e simplesmente nesses
três quesitos que eu mencionei acima. Você não irá encontrar, simples assim.
O cinema nacional tem uma
história rica, e bem bacana. Desde seu início no começo do Séc. XX, passando
por tempos da Vera Cruz, Chanchada, Cinema Novo, Udigrudi, etc, chegando até os
tempos atuais. Tem MUITA obra, e muita coisa boa. Pagador de Promessas (1962),
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Macunaíma (1969), Bandido da Luz
Vermelha (1968), Mato Eles? (1982), A Marvada Carne (1985), Eu Te Amo (1981), O
Quatrilho (1996), Central do Brasil (1998), Cidade de Deus (2002), Carandiru
(2003), O Homem que Copiava (2003), Tropa de Elite (2007), O Palhaço (2011).
Esses são alguns que selecionei, tem diversos outros. O cinema brasileiro
ganhou sobrevida, principalmente devido a lei de incentivo a cultura, e da
globo filmes. Hoje tem filme brasileiro espalhado no país. Toda vez que vou ao
cinema tem ao menos um filme em cartaz, normalmente a comédia bobinha, aos
moldes americanos, mas às vezes com filmes muito legais.
A má fama do cinema nacional
começou lááá com um movimento chamado pornochanchada, que continha cenas mais
picantes, e foi classificado pela censura militar como filme pornô. O que
ajudou essa má fama foram os infelizes e deploráveis filmes dublados. Filme
americano tem tanto palavrão quanto os nossos, mas graças as dubladoras, eles
foram trocados por palavras mais simples e tranquilas, algo que a família
brasileira suportasse. Hipocrisia sem fim. Retirando dois mitos sobre o cinema
nacional, baixaria e palavrão. Falo sobre o terceiro mito: violência. Cinema, a
arte em geral, retrata a sociedade em que está inserida. Se falando de cinema
nacional não dá para descartar o pobre, o sujo, a prostituta, o drogado, o
analfabeto, o indigente, o esquecido, o aproveitador, o ladrão, o sem-vergonha,
o sertanejo, o elitista esnobe, etc. E a violência recheia tudo isso. Fiquemos
felizes ou não, isso ainda é inerente a nossa sociedade. Somos cristãos, não
cegos. É claro que o nosso cinema é mais violento que o cinema sueco, por
exemplo, a realidade deles é outra.
Na verdade essa é a principal questão do filme, um país vivendo uma tremenda ditadura, mas que vivia épocas de esperança e alegria com sua seleção. Toda essa tensão é vivida através do olhar de uma criança. Muitos filmes retrataram a ditadura, mas não com esse olhar. É um filme delicado, e com grande carga dramática, a dificuldade de relacionamento entre o garoto e o judeu, choque cultural, tensão dos tempos militares e ainda a esperança e saudade dos pais, fazem do filme um dos mais legais que já assisti por aqui. E para os pessimistas de plantão, ele não é baixo, de conteúdo explícito, nem violento. Uma boa mostra que existem filmes fora do senso comum que insiste em morar na nossa sociedade.
Assista o filme, tire suas
conclusões, leia mais a respeito dos assuntos ao seu redor. Você será mais
feliz, em todos os sentidos.
Escrito por Diego Giandomenico
Ministério de Comunicação
Escrito por Diego Giandomenico
Ministério de Comunicação