Posted by : Andressa Fraga sexta-feira, 12 de julho de 2013

Título simples para homenagear o grande Dia Mundial do Rock, comemorado todo dia 13 de julho.
Mas, afinal de contas, o que é rock? Ou melhor, o que é Rock Cristão?

Durante muito tempo essas duas palavras andaram por caminhos bem distantes. Enquanto uma andava no meio de drogas, mulheres, escuridão, diversão, cabeça de morcegos, cabelos longos e visuais esquisitos. A outra estava nos corinhos, luz, coques, religiosidade, marasmo, ternos, cabelos longos e visuais esquisitos. Então, algum dia alguém percebeu que dava para misturar os dois, e mais, dava para ser algo bacana.

Óbvio que como tudo que tem seu começo o Christian Rock teve um caminho não muito bonito e nem ao menos aceitável aos olhos da sadia e nem um pouco tradicionalista sociedade cristã americana. Principalmente quando a banda Stryper aparece no cenário musical cristão, sendo rotulada por muitos como adoradores do Satã, banda mundana sem princípios morais e que envergonhavam a Jesus por onde passavam. Claro que o visual Glam Rock dos garotos do Stryper não ajudava muito as coisas e eles ficaram por muito tempo marginalizados perante a sociedade que não estava acostumada com tal tipo de som inundando a cabeça dos Servos do Senhor.

Mas isso tudo teve seu lado positivo. E qual foi? Eles abriram as portas para outras bandas, crentes em Jesus, se arriscarem no mercado fonográfico. Resultado? Boom de bandas cristãs no final da década de 80 e início da década de 90. Entre elas, eu destaco: White Cross, Bride, X-Sinner.

Toda essa onda ajudou muito as coisas aqui para o Brasil.Que sempre foi um pouco mais simpático para diferentes ritmos musicais. Nessa empreitada destaco de coração bandas como Resgate, Odre Novos, Metal Nobre, e os eternos caras do Oficina G3. Eles, durante um longo tempo, sustentaram o que foi chamado de Rock Cristão aqui no Brasil.Devem ter passado por grandes dificuldades de aceitação, tanto no mercado gospel quanto no secular.

A partir da segunda metade da década de 90 as coisas ficaram mais simples, principalmente nos EUA quando a gravadora ToothandNail entrou na parada. Uma gravadora cristã para bandas de rock? Melhor dos mundos, até então. Logo, bandas totalmente desconhecidas foram catapultadas para algo além do que tocar para os vizinhos. Nessa lista eu incluo: P.O.D., M.X.P.X., Blindside, The O.C. Supertones.

E com a fórmula parecendo dar bastante certo não era impossível de se imaginar essas bandas tocando em grandes festivais e, para interesses financeiros, vendendo muito CD. 
Com o crescimento do Punk Pop, Hardcore emocional, e outras variáveis mais sentimentais,o mercado de bandas cristãs viu mais uma oportunidade de crescer. Pois é muito mais fácil você expressar louvores quando se está no meio de bandas que falam um pouco mais abertamente sobre sentimentos. E com o advento da Warped Tour essas bandas viram o lugar ideal para demonstrarem que realmente amavam a Deus, mesmo que a palavra GOD não fosse explícita em muitas letras. E aqui, exatamente aqui teve a virada de mesa. Rock Cristão dá dinheiro e a galera gosta. 

Aí não preciso nem falar do surgimento de bandas que corroboraram para esse efeito, mas vou dizer mesmo assim: Norma Jean, Demon Hunter, Hawk Nelson, Relient K, e o inigualável, em termos de popularidade,Underoath. Eles ditaram o ritmo da bagaça que foi de vento em poupa até rendendo indicações a Grammy, sem ser o prêmio de “melhor álbum gospel”. 

Mas isso vem murchando gradativamente, de 2006 para cá, eu diria. Houve o inchaço, bandas não compromissadas entraram na onda do Christian, pessoas se decepcionaram, grandes gravadoras se venderam às bandas “positivas” e hoje o Christian Rock Americano virou terra de ninguém, onde todos são cristãos e todos não são ao mesmo tempo. 

Isso eu digo no Mainstream, na região do Underground ele nunca deixou de ser forte e aí destaco mais bandas: Showbread, Sleeping Giant, A Plea For Purging, Ian McIntosh, e todas as bandas ligadas a Come and Live (uma entidade/gravadora não comercial que visa ajudar músicos cristãos a viver no meio musical).


No Brasil vivemos um tempo entressafra. As bandas gigantes e antigas continuam nas rédeas, mas há muita banda legal no cenário que infelizmente não tem ou não teve a devido interesse das grandes gravadoras. Destas destaco: Aster Sete, Deathout, Dias de Fúria, Haderek, LamedResh, Unlife, Nazireu, SevenandThree, Instrumento de Guerra, Truthful Love e mais uma par de banda que talvez não me recorde, mas que merece os meus parabéns por continuarem a lutar.

Claro que essa análise nos leva a acreditar que é possível unir os dois, rock e cristianismo numa só voz. Que nós temos uma identidade própria, um ótimo nível de qualidade musical, e algumas bandas conseguem unir tudo isso à criatividade e letras realmente fortes e inteligentes. Isso é incrível! Nos desenvolvemos e hoje já podemos criar coisas nossas sem precisar de “base” de outros.

E hoje é possível comemorar o Dia Mundial do Rock com muita música boa e exaltando aquele que merece toda honra e glória. Keep rocking baby, forever and ever. Amem. 

Escrito por Diego Giandomenico
Ministério de Comunicação

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