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- Top Set – Bandas que Protestam
Posted by : Andressa Fraga
quarta-feira, 8 de maio de 2013
O primeiro Top Set foi o maior sucesso que o blog obteve desde que começou a fazer esse quadro chamado “Top Set”, uma vitória, com certeza. Para quem não lembra, ele abordou o tema de pregadores que gostam de exortar a igreja, às vezes são amorosos, outras vezes nem tanto. Mas não se há de dizer que não são autênticos. Como gosto de música, volta e meia escrevo para Onelight Music, quis aproveitar a “vibe” para falar de bandas que são duras no lidar de suas letras, e como música tem uma mensagem um tanto quanto mais curta do que uma pregação, elas parecerão mais ácidas e críticas do que o “Doa a quem doer” do post passado. Veja aqui o Top Set – Bandas que protestam:
7. Livres para Adorar: é quase um por quem tu és e não pelo que tens feito. Teoricamente não há nenhuma música que declare abertamente algo contra algum sistema doutrinário, ou mesmo um costume cristão, mas dá para perceber nitidamente que eles têm uma diferença de um geral de músicos gospel. Claro que o visual bacana e o rock moderno colaboram para que eles se diferenciem. Ou mesmo o fato de iniciar o trabalho como banda depois de uma visita ao Nepal e se entristecerem com a prostituição infantil é algo que também chama a atenção. Mas tudo isso é coroado com as pregações de Juliano Son, como a do CD a Mensagem, onde algumas pessoas saem com a orelha esquerda quente.
6. The Showdown: um trecho da música Fanatics and Whores (Fanáticos e Prostitutas, sendo bem de boa na segunda palavra) já dá mostras de suas posições em relação ao cristianismo moderno:
“Hey, hey, hey ... Você com o cinturão flamejante da Bíblia dobra os joelhos para o mundo E o seus dogmas e coisas sem valor no reboque Você com gravata e o sorriso e o verde em seus olhos Vende Jesus em seu programa de TV.”
A banda em si não é exatamente polêmica e também está bem longe do puritanismo pregado por calvinistas fervorosos. Aliás, o baixista deles, na tentativa de se mostrar diferente já deu uma declaração meio infeliz sobre não se importar com a opção religiosa das pessoas. Mas a música dá o seu recado em relação aos abastados televangelistas americanos.
5. Calibretto 13: fica mais atrás pelo simples fato de que produziram apenas dois CDs. O que é uma pena se analisar o trabalho diferenciado que eles estavam fazendo. Pois não se levantavam apenas contra as coisas do mundo que os gospel sempre se levantam (sexo, drogas, e afins), mas também contra a mídia, roupas de marca (isso dói em muitos cristãos da moda fina e requintada), alienação, indiferença com os pobres. Enfim, uma pena grandíssima pelo término da mesma. Coisas da vida. Mas claro que eles por serem punks, ou neopunks (a nomenclatura me soa estranha e errada, mas continuemos com terminologias equivocadas), não deixariam de falar do American Christianity Way of Life, mais uma terminologia barata, eu confesso. Em “From me to You” conta a história de um jovem que é alvo de “evangelismos” dos cristãos ao seu redor, e que em meio a declarações amorosas como “se não se converter você vai para o inferno”, acaba não tendo outra opção a não ser refutar o presente da conversão, mesmo que seja interessante.
4. Resgate: eles têm o meu respeito. Poderia encerrar por aqui, mas não irei. Musicalmente não é a menina dos meus olhos, prefiro até o sétimo colocado neste quesito. Mas em atitudes, quanta admiração. Eles falam, cantam e tem posicionamentos diferentes das demais bandas. E isso é legal e correto quando se tem amparo bíblico e principalmente uma vida princípios, sem espetáculos ou pseudo espiritualidade. Só isso bastaria, mas claro que uma musiquinha ajuda, não é? Na música “Doutores da Lei” a banda dá o seu recado a “Liga dos Super Religiosos”. Outra coisa lega foi uma história que eu ouvi sobre uma entrevista com o Resgate acera do novo CD da banda. Entrevistador pergunta “Como está esse novo CD?” O Zé Bruno responde “Tem duas maneiras de responder, uma com falsa espiritualidade ‘ah, Deus nos deu essa música, cada dia de gravação cheio da presença de dEle, Aleluia!’ ou posso responder como a banda resgate mesmo ‘o CD está legal, trabalhamos duro, espero que gostem.’” Simples, não?
3. Sleeping Giant: ah, o bom e velho, não tão velho assim, Sleeping Giant. Eles se destacam, ganham a garotada. O que há de legal neles é que são MUITO cristãos, como banda, é claro. Como pessoas, não posso analisar e nem me cabe fazer isto. São títulos, versos, refrãos carregados de declarações a Deus. Fora as posições como banda, um exemplo. Mas o cristianismo americano é novamente criticado. Na música Eyes Wide Open criticam abertamente a postura de igrejas que se fecham em seu mundo e atacam os que foram “chamados para fora”. Mas, como diz a música, “não somos apenas nós”. Ainda bem.
2. A Plea For Purging: gosto demais deles. Eles são, no mínimo, engraçados. Talvez a graça seja apenas para amenizar as duras críticas
que fazem, mesmo que isso seja difícil de amenizar. Quando se chega nesse tipo de som, seja ‘secular’ ou cristão, é muito difícil ser ameno, o som já é agressivo por si só, então irão cantar sobre o que? Pedro, Thiago e João num barquinho? Não condiz. Para mim o ritmo constitui parte preponderante e essencial da mensagem. Nunca vou esperar um protesto contra o sistema numa música de Sertanejo Universitário, até porque duvido da capacidade deles para tal. Logo uma banda mais extrema vai ter linguagem mais extrema. No clipe da música “Shiver” isso é evidenciado por completo. Começa com o Andy na TV falando com o Andy na cama “você tem uma missão hoje, ir até o ‘covil’ e tirar as ‘víboras’ de lá” com todas as aspas possíveis. E o vídeo se desenrola nisto. O refrão é o seguinte “Se eu fosse Deus já teria destruído tudo”. Sorte nossa, e deles, de todo mundo, que Andy não é.
1. Showbread: não poderia faltar. Os caras de Guyton, querendo ou não, acabam por ter uma postura estarrecedora aos olhos dos cristãos incipientes. Mas no final de tudo vemos que há apenas uma não conformidade com padrões pré-determinados. Claro que a crítica ao Imperialismo Americano esteve e sempre estará nas letras do Showbread. Posição tem que ser mostrada, creio eu. E Josh Dies e seus amiguinhos sempre fazem isso. Em Vehement, a igreja americana é ostensiva e duramente criticada. Não só pela questão de corrupção financeira, algo que algumas bandas acima o fizeram. Eles vão além e por isso ficam na primeira posição. Falam sobre o Imperialismo religioso que os EUA praticam. Não é somente a crença que os americanos tentam partilhar, eles levam toda a sua cultura, algo prejudicial e danoso. O Brasil é o que mais sofre. Qualquer nova doutrina que é testada e aprovada pelo Tio Sam acaba aterrissando em terras tupiniquins. Uma lástima, em alguns casos. Nisso, Showbread se diferencia de todos. A defesa por evangelho não cultural, ou acultural (se molda a cada cultura, mesmo que não esteja sujeito a mesma). Por isso merece o primeiro lugar.
Por Diego Giandomenico
Ministério de Comunicação